davies77_THOMAS LOHNESAFP via Getty Images_christine lagarde speech THOMAS LOHNESAFP via Getty Images

A má gestão das expectativas de inflação

EDIMBURGO – Banqueiros centrais não são obrigados a ter o dom da escrita. A capacidade de construir parágrafos elegantes não costuma estar na descrição de trabalho deles. Até recentemente, muitos dos principais formuladores de políticas monetárias operavam com base no princípio “quanto menos falado, mais depressa consertado”. Montagu Norman, presidente do Banco da Inglaterra de 1920 a 1944, vivia pelo lema “nunca explique, nunca peça desculpas”. Da mesma forma, o ex-presidente da Federal Reserve dos EUA Alan Greenspan notou com orgulho certa vez que tinha “aprendido a murmurar com grande incoerência”.

Mas esses pontos de vista são antiquados hoje. Altos funcionários do BOE fizeram, em média, um total de meros 13 discursos por ano na década de 90. Na última década, a média foi superior a 80, e a curva de tendência aponta para cima. Padrão semelhante pode ser notado em outros bancos centrais.

Não é que banqueiros centrais agora anseiem por ser figuras públicas; muitos, em particular, preferem o Método Norman. Porém, se acredita que um regime de metas de inflação funcione por meio da gestão clara e confiável das expectativas. Convença os atores econômicos de que você atingirá seu alvo na maior parte do tempo, e eles farão parte do seu trabalho para você, moderando suas demandas salariais e mantendo preços estáveis.

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