pei85_plus49Construction PhotographyAvalonGetty Images_chinashipping plus49/Construction Photography/Avalon/Getty Images

A China será a grande derrotada da desglobalização

CLAREMONT, CALIFORNIA – A injustificada  guerra da Rússia contra a Ucrânia acelerou a divisão do mundo em dois blocos, um compreendendo as democracias mundiais e o outro suas autocracias. Isso, por sua vez, expôs os riscos inerentes à interdependência econômica entre países com conflitantes ideologias e interesses de segurança. E embora o próximo processo de desglobalização deixe todos em pior situação, a China é quem mais perderá.

É claro que a China estava caminhando para uma dissociação pelo menos parcial dos Estados Unidos bem antes de a Rússia invadir a Ucrânia. E tem procurado garantir que esse processo aconteça nos seus termos, reduzindo sua dependência dos mercados e da tecnologia dos EUA. Para isso, em 2020, a China apresentou sua chamada estratégia de dupla circulação, que visa fomentar a demanda doméstica e a autossuficiência tecnológica.

E, no entanto, no ano passado, a China ainda era o maior exportador do mundo, enviando US$ 3.3 trilhões em mercadorias para o resto do mundo, sendo os EUA seu principal mercado de exportação. De fato, o comércio geral com os EUA cresceu mais de 20% em 2021, já que o comércio total chinês atingiu um novo recorde. O comércio com a União Europeia também cresceu, chegando a US$ 828 bilhões, mesmo quando divergências sobre direitos humanos torpedearam um controverso acordo de investimentos UE-China.

https://prosyn.org/Cn5VmB8pt