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Manter viva a história de sucesso do Senegal

DACAR – No final de junho, o Senegal celebrou a festa do Tabaski, a nossa versão do festival muçulmano Eid al-Adha. Mas, para alguns, as festividades foram ofuscadas pelo ambiente de luto a lembrar aqueles que perderam a vida num indesculpável surto de violência no mês passado. A agitação civil pôs à prova a coesão social do Senegal e a nossa longa tradição – invejável em África – de paz e estabilidade. A vida dos nossos concidadãos não deve ser sacrificada no altar dos interesses políticos. Temos a obrigação de proteger a vida e a dignidade de todos os senegaleses.

O meu governo está agora a investigar as causas da violência, em particular as forças malignas que estão por trás da agitação, que coincidiu com uma torrente de discursos de ódio nas redes sociais e ciberataques contra websites do governo estratégicos e serviços essenciais, como a água e a eletricidade. Nada pode justificar tais atos de violência e perturbação, para não falar da destruição de propriedade pública e privada, incluindo universidades e escolas. Os grupos subversivos responsáveis pela violência queriam claramente mergulhar o nosso país na escuridão e desestabilizar a nossa democracia.

O Senegal foi duramente atingido pela recessão económica durante a pandemia de COVID-19 e pela subsequente crise do custo de vida, que está a tornar a vida difícil para muitas famílias. Mas sei que o povo do Senegal que trabalha arduamente tem a força para ultrapassar estes desafios. O Senegal tem uma das democracias mais sólidas e mais estáveis de África, e tenho uma grande dívida de gratidão para com os meus antecessores por este registo soberbo. Fizemos enormes progressos desde a independência, há 60 anos, e temos agora a oportunidade de deixar um grande legado. As decisões que tomarmos em conjunto irão moldar o futuro do Senegal e a vida dos nossos filhos e netos.

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