roubini158_Antonio MasielloGetty Images_mario Antonio MasielloGetty Images

Por que as eleições presidenciais da Itália são importantes

NOVA YORK – Em janeiro de 2022, o parlamento italiano (junto com os representantes regionais) conduzira suas eleições secretas para eleger o próximo presidente do país, e sua escolha terá implicações muito mais amplas do que a maioria das pessoas imagina. Na verdade, identificamos a eleição presidencial italiana como uma das três eleições que podem determinar o destino da União Europeia nos próximos anos – as outras duas são as eleições federais alemãs realizadas em setembro último e as eleições presidenciais e parlamentares francesas em abril e junho próximos, respectivamente.

Em geral, acredita-se que o presidente italiano desempenha apenas um papel cerimonial (assim como o presidente alemão). Na verdade, embora a constituição italiana estabeleça a República como uma democracia parlamentar – com o governo dependente da confiança da legislatura eleita – esse sistema só existe durante os períodos de relativa “tranquilidade”. Quando o sistema político é dominado por partidos que funcionam bem e são capazes de assegurar uma maioria sólida no parlamento, o papel do presidente é relativamente marginal. Mas em períodos “turbulentos”, quando o sistema político é fraco e incapaz de entregar soluções viáveis, o presidente se torna um deus ex machina.

As duas ferramentas mais importantes à disposição do presidente são o poder de nomear o primeiro-ministro e aprovar o gabinete do primeiro-ministro; e o poder de dissolver o parlamento depois de “ouvir” os representantes das duas câmaras. Além disso, como signatário de praticamente todas as leis e decretos, o presidente italiano também tem o poder de devolver o projeto ao parlamento. O presidente também atua como comandante-chefe do exército e como chefe do corpo de governo do judiciário.

https://prosyn.org/OzM8J3lpt