malley1_OZAN KOSEAFP via Getty Images_erdoganrally Ozan Kose/AFP via Getty Images

A ordem internacional depois da COVID-19

WASHINGTON, DC – A decorrer paralelamente à batalha global contra a pandemia do coronavírus, existe um braço-de-ferro entre duas narrativas concorrentes sobre o modo como o mundo deveria ser governado. Embora a resolução da pandemia seja mais urgente, a narrativa que prevalecer terá igualmente consequências de grande alcance.

A primeira narrativa é clara: a crise sanitária global demonstrou ainda mais a necessidade do multilateralismo e expôs a falácia do nacionalismo solitário e do isolacionismo. A segunda narrativa oferece a perspectiva contrária: a globalização e a abertura de fronteiras criam vulnerabilidades a vírus e a outras ameaças, e a luta actual pelo controlo das linhas de aprovisionamento e por equipamento que salve vidas requer que cada país comece por tratar dos seus. Os que defendem o primeiro campo encaram a pandemia como uma prova de que os países devem unir-se para vencerem ameaças comuns; os que defendem o segundo vêem-na como uma prova de que os países estão mais seguros se estiverem isolados.

Numa primeira impressão, a COVID-19 parece validar a defesa de uma abordagem internacional mais coordenada. Dado que o coronavírus não é travado pelas fronteiras nacionais, é evidente que a resposta ao vírus também não deverá ser constrangida pelas mesmas.

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