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O novo quadro da inflação

BERKELEY – No início de fevereiro de 2022, a taxa de equilíbrio da inflação do índice de preços ao consumidor (CPI) de cinco anos e cinco anos à frente no mercado de títulos dos EUA pairava em torno de 2% ao ano - um número que corresponde a uma previsão de inflação de gastos de consumo pessoal (PCE) ponderada em cadeia de 1,6% ao ano daqui 5 a 10 anos. Como a inflação de 1.6% está significativamente abaixo da meta de 2% do Federal Reserve dos EUA, entrei naquele mês me sentindo muito bem por confiar na “Equipe Transitória” – ou pelo menos na alternativa “A equipe do Fed Está no Controle” ou  na “Equipe Expectativas de inflação permanecem solidamente ancoradas”.

Mas então, no final daquele mês, o presidente russo Vladimir Putin – o aspirante a grão-príncipe da Moscóvia – ordenou uma súbita invasão à Ucrânia. As coisas não saíram como ele planejara. Os ucranianos rechaçaram o ataque inicial e ambos os lados se prepararam para uma guerra de atrito mais longa. Os preços de energia, grãos e fertilizantes dispararam. O mundo começou a temer que, no inverno, a Europa congelasse e muitos outros países – do  Egito à Nigéria – passassem fome.

[Gráfico 1]

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