pei94_ NOEL CELISAFP via Getty Images_xi economy NOEL CELIS/AFP via Getty Images

A ladainha pró-crescimento da China

CLAREMONT (CALIFÓRNIA) – O governo chinês parece ter retomado o romance com o crescimento econômico. À medida que se desenrola a saída caótica de sua política de covid zero – que levou a dezenas de milhares de mortes (no mínimo) -, lideranças do país têm se mostrado dispostas a professar sua eterna devoção à retomada econômica robusta. Contudo, só papo não vai levar a China a lugar algum.

A Conferência Central de Trabalho Econômico do mês passado – o encontro anual em que as maiores lideranças do Partido Comunista Chinês estabelecem a agenda de políticas econômicas para o ano seguinte – definiu crescimento como a principal prioridade econômica do governo em 2023. Nas semanas seguintes, o público testemunhou um espetáculo que não se via há anos, à medida que governadores de províncias se desdobraram para ecoar o compromisso do PCC com o crescimento e para tranquilizar investidores privados e empreendedores inquietos.

A motivação política para essa mudança é óbvia: o PCC espera restaurar o apoio do público, após a frustração popular com as restrições draconianas de covid zero darem lugar à insatisfação com a saída atabalhoada dessa política. Mas isso terá pouco significado se o governo não traduzir sua retórica pró-crescimento em ação.

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