miao2_SONNY TUMBELAKAAFPGetty Images_governor pboc Sonny Tumbelaka/AFP/Getty Images

A revolução tranquila da actividade bancária central na China

BEIJING – Há quinze anos, Alan Blinder, antigo vice-presidente do Sistema da Reserva Federal dos EUA e professor de economia de longa data em Princeton, escreveu um livro intitulado A Revolução Tranquila, sobre as alterações na actividade dos bancos centrais. Entre estas, a principal consistiu num movimento de alguns bancos centrais no sentido da comunicação aberta e da transparência, e para longe da sua arreigada tradição de sigilo e surpresa. Um banco central “torna-se moderno”, aproveitando o subtítulo do livro de Blinder, quando começa a falar.

O Fed movimentou-se lentamente neste sentido no virar do século. Começou finalmente a anunciar as suas decisões relativas a taxas de juro em 1994, e iniciou a emissão regular de comunicados de imprensa em 2000 (embora não tenha realizado regularmente conferências de imprensa até 2011). Estas alterações reflectiam um novo reconhecimento, por parte dos responsáveis pelos bancos centrais, do modo como as mudanças nas taxas de curto prazo se desenvolvem pela economia, através das expectativas e dos preços de mercado.

Hoje, o Banco Popular da China (BPC) está a passar pela sua própria revolução tranquila. Como aconteceu com o Fed, o banco central da China está a tornar-se mais comunicativo. Mas a verdadeira revolução em Beijing diz respeito à política cambial, com o BPC cada vez mais a deixar o valor do reminbi ser determinado pelas forças no mercado. Ambos os desenvolvimentos são bem-vindos.

https://prosyn.org/CZAxUI9pt