O verão do amor legislativo de Biden

BERKELEY – Quando se trata do Congresso dos Estados Unidos, nada acaba até terminar. Mas, no final de julho, parece que duas importantes leis estarão em breve na mesa do presidente Joe Biden, aguardando sua assinatura. A primeira é a Lei de Criação de Incentivos Úteis para a Produção de Semicondutores (CHIPS), que fornecerá dezenas de bilhões de dólares para apoiar a produção e pesquisa doméstica de semicondutores. A segunda é a Lei de Redução da Inflação (IRA), uma versão reduzida da fracassada Lei “Build Back Better” (Reconstruir Melhor) que, no entanto, contém centenas de bilhões de dólares para apoiar a energia limpa e incentivar a descarbonização em toda a economia.

Juntos, esses projetos de lei são mais do que suficientes para alterar a narrativa sobre os dois primeiros anos de Biden no cargo. De repente, as conquistas legislativas do governo passaram de “decepcionantes” para “superando expectativas”.

Até agora, muitos eleitores se esqueceram do Plano Americano de Resgate, de março de 2021, que cimentou uma forte recuperação pós-pandemia e impediu a repetição da longa e opressiva quase depressão que marcou os anos de Obama. Embora muitos comentaristas tenham culpado o Plano Americano de Resgate pela mais alta taxa de inflação de hoje, a verdade é que sua contribuição para esse problema foi pequena. Problemas de fornecimento relacionados à pandemia e a guerra da Rússia na Ucrânia aumentaram os preços globalmente. Mas ainda mais direto ao ponto, é melhor ter um aumento temporário na inflação do que outra década perdida de morno crescimento.