BOGOTÁ – No final de maio, o presidente dominicano Luis Abinader foi reeleito com 58% dos votos, garantindo a maioria necessária para dispensar um segundo turno. Além da vitória retumbante de Abinader, seu Partido Revolucionário Moderno manteve sua esmagadora maioria parlamentar, após ter varrido as eleições municipais de fevereiro.
Esses sucessos eleitorais podem ser atribuídos em grande parte à abordagem tecnocrática de Abinader para governar, sustentada por seu compromisso com a democracia, a liberdade e a economia de mercado. Esse estilo de governança contrasta fortemente com o populismo demagógico – e a polarização ideológica que o acompanha – que assola muitos países da América Latina e do Caribe (ALC).
Enquanto os governos esquerdistas da ALC afastaram investidores, criaram incerteza e reverteram para o nacionalismo de recursos e medidas regulatórias que amortecem o crescimento, a República Dominicana tem um setor privado próspero, especialmente em turismo, infraestrutura, energia verde, serviços digitais e agricultura. O país vem se tornando um farol de gestão pública eficaz e eficiente, ao mesmo tempo que se distingue do resto da região, melhorando as condições de vida de suas populações mais vulneráveis.
Os números falam por si. Espera-se que o PIB da República Dominicana aumente 5,1% em 2024, tornando-se uma das economias de crescimento mais rápido da ALC. Além disso, desde que Abinader assumiu o cargo em 2020, o governo vem aumentando os gastos sociais, abrindo quase 45 hospitais e mais de 500 centros médicos.
Também expandiu o acesso à educação, estabelecendo mais de 120 instituições de aprendizagem, melhorando centenas de instalações escolares e supervisionando a matrícula ou reinscrição, após a pandemia, de cerca de 320 mil alunos em centros de educação infantil e escolas primárias e secundárias.
Em uma região assolada por altas taxas de criminalidade, o foco de Abinader na segurança produziu resultados impressionantes. Seu governo implementou reformas policiais, incluindo o treinamento de mais de 3 mil agentes em direitos humanos, segurança cidadã e convivência social. Em 2023, a taxa de homicídios – que já é uma das mais baixas da região – caiu quase 2%, para 11,5 por 100 mil habitantes. O país também teve avanços no combate ao tráfico de drogas, levando a um grande aumento nas apreensões. Em comparação, o tráfico de drogas está crescendo nos países da ALC governados por populistas.
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A receita para a prosperidade dominicana também inclui políticas para apoiar a criação de empregos, reduzir a informalidade no trabalho e fortalecer o sistema de proteção social. Outro ingrediente é o turismo: o governo de Abinader fez do reforço do setor uma alta prioridade. A República Dominicana recebeu 10,3 milhões de visitantes em 2023, mais do que qualquer outro país do Caribe, e está buscando capitalizar sua popularidade desenvolvendo e promovendo novos destinos além da próspera cidade turística de Punta Cana.
Sem dúvida, grandes desafios estão por vir. Em seu segundo mandato, o governo Abinader deve permanecer comprometido com a estabilidade fiscal e aumentar as receitas para continuar expandindo os programas sociais. Também será crucial, à luz da crise climática, proteger ao menos 30% das áreas marinhas e terrestres do país até 2030 e acelerar a transição energética, adicionando capacidade renovável e facilitando o acesso a fontes de energia limpa acessíveis e confiáveis. E alcançar o objetivo do país de se tornar o centro tecnológico do Caribe exigirá investimento em data centers, outras infraestruturas e treinamento profissional.
A implementação dessa agenda ajudaria a República Dominicana a cumprir sua aspiração de se tornar o primeiro país caribenho a ingressar na OCDE. Também demonstraria a eficácia das reformas pró-investimento e pró-negócios, além de posicionar o governo de Abinader como um exemplo de liderança para outros mercados emergentes.
É claro que o futuro da República Dominicana será moldado pelas dificuldades do Haiti, com quem o país divide a ilha de Hispaniola. Desde a renúncia do primeiro-ministro haitiano Ariel Henry em março, o país – que há tempos sofre com a desigualdade desenfreada e a decadência institucional – mergulhou em anarquia, com gangues ocupando o vácuo de poder. Uma crise de fome ou escalada da violência desencadeariam uma catástrofe humanitária. Mas a República Dominicana não consegue absorver mais migrantes, nem resolver uma crise que requer ação coletiva. A comunidade internacional deve, portanto, ajudar a encontrar soluções para os problemas do Haiti, em vez de permanecer indiferente a eles.
Longe de ser um caudilho, Abinader trouxe prosperidade econômica à República Dominicana – um resultado que o Grupo de Puebla, composto por partidos e líderes de esquerda de toda a ALC, não conseguiu proporcionar. Isso serve como um lembrete de que os políticos moderados quase sempre serão mais eficazes que os demagogos populistas no longo prazo, pois preferem resultados reais a fanfarronice ideológica.
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By choosing to side with the aggressor in the Ukraine war, President Donald Trump’s administration has effectively driven the final nail into the coffin of US global leadership. Unless Europe fills the void – first and foremost by supporting Ukraine – it faces the prospect of more chaos and conflict in the years to come.
For most of human history, economic scarcity was a constant – the condition that had to be escaped, mitigated, or rationalized. Why, then, is scarcity's opposite regarded as a problem?
asks why the absence of economic scarcity is viewed as a problem rather than a cause for celebration.
BOGOTÁ – No final de maio, o presidente dominicano Luis Abinader foi reeleito com 58% dos votos, garantindo a maioria necessária para dispensar um segundo turno. Além da vitória retumbante de Abinader, seu Partido Revolucionário Moderno manteve sua esmagadora maioria parlamentar, após ter varrido as eleições municipais de fevereiro.
Esses sucessos eleitorais podem ser atribuídos em grande parte à abordagem tecnocrática de Abinader para governar, sustentada por seu compromisso com a democracia, a liberdade e a economia de mercado. Esse estilo de governança contrasta fortemente com o populismo demagógico – e a polarização ideológica que o acompanha – que assola muitos países da América Latina e do Caribe (ALC).
Enquanto os governos esquerdistas da ALC afastaram investidores, criaram incerteza e reverteram para o nacionalismo de recursos e medidas regulatórias que amortecem o crescimento, a República Dominicana tem um setor privado próspero, especialmente em turismo, infraestrutura, energia verde, serviços digitais e agricultura. O país vem se tornando um farol de gestão pública eficaz e eficiente, ao mesmo tempo que se distingue do resto da região, melhorando as condições de vida de suas populações mais vulneráveis.
Os números falam por si. Espera-se que o PIB da República Dominicana aumente 5,1% em 2024, tornando-se uma das economias de crescimento mais rápido da ALC. Além disso, desde que Abinader assumiu o cargo em 2020, o governo vem aumentando os gastos sociais, abrindo quase 45 hospitais e mais de 500 centros médicos.
Também expandiu o acesso à educação, estabelecendo mais de 120 instituições de aprendizagem, melhorando centenas de instalações escolares e supervisionando a matrícula ou reinscrição, após a pandemia, de cerca de 320 mil alunos em centros de educação infantil e escolas primárias e secundárias.
Em uma região assolada por altas taxas de criminalidade, o foco de Abinader na segurança produziu resultados impressionantes. Seu governo implementou reformas policiais, incluindo o treinamento de mais de 3 mil agentes em direitos humanos, segurança cidadã e convivência social. Em 2023, a taxa de homicídios – que já é uma das mais baixas da região – caiu quase 2%, para 11,5 por 100 mil habitantes. O país também teve avanços no combate ao tráfico de drogas, levando a um grande aumento nas apreensões. Em comparação, o tráfico de drogas está crescendo nos países da ALC governados por populistas.
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A receita para a prosperidade dominicana também inclui políticas para apoiar a criação de empregos, reduzir a informalidade no trabalho e fortalecer o sistema de proteção social. Outro ingrediente é o turismo: o governo de Abinader fez do reforço do setor uma alta prioridade. A República Dominicana recebeu 10,3 milhões de visitantes em 2023, mais do que qualquer outro país do Caribe, e está buscando capitalizar sua popularidade desenvolvendo e promovendo novos destinos além da próspera cidade turística de Punta Cana.
Sem dúvida, grandes desafios estão por vir. Em seu segundo mandato, o governo Abinader deve permanecer comprometido com a estabilidade fiscal e aumentar as receitas para continuar expandindo os programas sociais. Também será crucial, à luz da crise climática, proteger ao menos 30% das áreas marinhas e terrestres do país até 2030 e acelerar a transição energética, adicionando capacidade renovável e facilitando o acesso a fontes de energia limpa acessíveis e confiáveis. E alcançar o objetivo do país de se tornar o centro tecnológico do Caribe exigirá investimento em data centers, outras infraestruturas e treinamento profissional.
A implementação dessa agenda ajudaria a República Dominicana a cumprir sua aspiração de se tornar o primeiro país caribenho a ingressar na OCDE. Também demonstraria a eficácia das reformas pró-investimento e pró-negócios, além de posicionar o governo de Abinader como um exemplo de liderança para outros mercados emergentes.
É claro que o futuro da República Dominicana será moldado pelas dificuldades do Haiti, com quem o país divide a ilha de Hispaniola. Desde a renúncia do primeiro-ministro haitiano Ariel Henry em março, o país – que há tempos sofre com a desigualdade desenfreada e a decadência institucional – mergulhou em anarquia, com gangues ocupando o vácuo de poder. Uma crise de fome ou escalada da violência desencadeariam uma catástrofe humanitária. Mas a República Dominicana não consegue absorver mais migrantes, nem resolver uma crise que requer ação coletiva. A comunidade internacional deve, portanto, ajudar a encontrar soluções para os problemas do Haiti, em vez de permanecer indiferente a eles.
Longe de ser um caudilho, Abinader trouxe prosperidade econômica à República Dominicana – um resultado que o Grupo de Puebla, composto por partidos e líderes de esquerda de toda a ALC, não conseguiu proporcionar. Isso serve como um lembrete de que os políticos moderados quase sempre serão mais eficazes que os demagogos populistas no longo prazo, pois preferem resultados reais a fanfarronice ideológica.
Tradução por Fabrício Calado Moreira