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Parem de usar profissionais de saúde como bodes expiatórios

WASHINGTON (D.C.) – Após uma pandemia de dois anos, com a variante ômicron a todo vapor e incertezas à frente, há um desejo compreensível de culpar alguém pelo terrível número de mortes por covid-19. E nos Estados Unidos, no Reino Unido e em outros lugares, cada vez mais os dedos estão sendo apontados para os profissionais que trabalham com  populações idosas. Como diz um estudo recente de destaque, “funcionários de clínicas de repouso são considerados uma fonte de infecção por síndrome respiratória aguda grave por coronavírus 2 (SARS-CoV-2)”.

Tais declarações não são só injustas no nível individual; são também a maneira errada de pensar sobre como evitar mortes no futuro. Seria muito melhor enfrentarmos nossas responsabilidades sociais mais amplas e considerarmos outras fontes de propagação viral, como hospitais e visitantes de casas de repouso, além de gastarmos mais recursos para construir confiança nos sistemas de saúde pública.

As pessoas vivem em clínicas de repouso por falta de alternativa, seja porque estão se recuperando de uma cirurgia (muitas vezes, para muitas pessoas com mais de 80 anos, após uma queda causada por um escorregão) ou porque têm uma doença de longo prazo que requer tratamento médico de atenção contínua. Os residentes de asilos requerem cuidados diários de enfermeiras treinadas e outros funcionários qualificados. É sempre um trabalho árduo e, quando acontece uma pandemia, também perigoso.

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