goldston12_Michael NigroPacific PressLightRocket via Getty Images_ukrainewarprotest Michael Nigro/Pacific Press/LightRocket via Getty Images

Ucrânia e o renascimento dos direitos humanos

NOVA YORK – À medida que a democracia sofre recuos em diversas partes do mundo, os “direitos humanos” - e a linguagem, instituições e estrutura jurídica à qual o conceito têm permitido a ascensão nos últimos 75 anos - vêm atraindo cada vez mais críticas.

Sem dúvida, as realidades no solo sempre ficaram aquém das aspirações grandiosas consagradas em nossa colcha de retalhos de um sistema global de direitos humanos, das primeiras iniciativas da Liga das Nações até a a Carta de 1945 das Nações Unidas e os tratados adotados posteriormente pelos integrantes da ONU. Porém, dificilmente pode-se culpar defensores de direitos humanos pela ascensão do autoritarismo populista. Autocratas estão em alta não porque o regime de direitos humanos fracassou, mas porque as dinâmicas de poder de vários países sufocam a oportunidade econômica e bloqueiam alternativas políticas, permitindo a valentões autoritários desrespeitar as regras democráticas.

Contudo, embora os direitos e fundamentos legais tenham sido corroídos nos últimos anos, os últimos 12 meses vêm criando um ímpeto para sua ressurreição. A invasão ilegal da Ucrânia pela Rússia e as atrocidades em massa que se seguiram a ela nos lembram de que direitos humanos - e a arquitetura legal que lhes dá substância - ainda importam. De fato, a guerra destaca três lições fundamentais sobre a situação atual dos direitos humanos.

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