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A Europa é seu próprio inimigo na Ucrânia

WASHINGTON, DC – O ministro das Relações Exteriores da Rússia, Sergei Lavrov, recentemente acusou o Ocidente de travar uma guerra por procuração na Ucrânia. Isso não é correto e é enganoso. Na verdade, o Ocidente está apoiando os dois lados desse conflito – e a Rússia é de longe o principal beneficiário. Desde que iniciou a invasão, a Rússia recebeu mais de 50 bilhões de euros (US$ 52,7 bilhões) da Europa, mais de dez vezes o que o Ocidente forneceu em dinheiro e equipamentos para a Ucrânia.  

A Europa está travando uma guerra contra si mesma na Ucrânia e a única maneira de acabar com isso é interromper imediatamente todas as importações de petróleo da Rússia por pelo menos 45 dias, ou talvez mais, e permitir que elas sejam retomadas apenas sob um sistema de sanções devidamente estruturado que inclui restrições rígidas. Os membros da Agência Internacional de Energia têm cerca de 1.5 bilhão de barris de combustível de emergência – mais do que suficiente para gerenciar a transição.

O problema central, é claro, é que alguns países da União Europeia se tornaram muito dependentes dos hidrocarbonetos russos. A Europa compra cerca de 2.3 milhões de barris de petróleo por dia, em média, da Rússia. Alguns países da UE também compram grande parte de seu gás natural da Rússia. Consequentemente, quando a Rússia atacou a Ucrânia em 24 de fevereiro, alguns países da UE levantaram as mãos e disseram que, na verdade, não há nada que que se possa fazer sobre as exportações russas de energia. De acordo com o Centro de Pesquisa em Energia e Ar Limpo, um grupo finlandês de pesquisa, a receita russa de suas exportações de combustíveis fósseis pode ter dobrado desde a invasão.

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