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A nova onda de censura da comunicação social no Médio Oriente

SYDNEY –Desde 2018, grandes protestos antigovernamentais –que alguns chamam de Primavera Árabe 2.0 –repercutiram por todo o Médio Oriente. Os manifestantes denunciam a corrupção, o sectarismo e a estagnação económica. Tal como as revoltas árabes de há dez anos, estes protestos conseguiram derrubar os principais líderes –os primeiros-ministros renunciaram no Líbano, no Iraque e na Jordânia, e os ditadores de longa data foram destronados no Sudão e na Argélia.

Em 2011, os protestos terminaram depois de os líderes serem expulsos. Mas, desta vez, eles continuaram, destacando a crise de governação e cidadania da região, que não pode ser tratada adequadamente quando se gira a cabeça num corpo político disfuncional.

As forças governamentais e as milícias associadas no Iraque e no Líbano tentaram reprimir os protestos por meio de violência e intimidação, mas os manifestantes permaneceram irredutíveis. Como resultado, as autoridades desses países viraram-se para o exemplo dos governos mais autoritários da região, como o Egito e a Arábia Saudita. Ambos conseguiram reprimir a dissidência ativa com mais sucesso –pelo menos por enquanto –através da censura agressiva dos meios de comunicação social e manipulação de informações, além de repressões violentas e detenções. Para os líderes destes países, o ambiente permissivo em matéria de comunicação social e informação foi responsável pelos protestos que abalaram o mundo árabe em 2011.

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