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Será que o homem de Davos mudou?

DAVOS – Este ano marcou o 50.º aniversário da principal reunião do Fórum Económico Mundial (FEM) das elites políticas e empresariais do mundo em Davos, Suíça. Muita coisa mudou desde o meu primeiro Davos, em 1995. Naquela época, havia euforia sobre a globalização, esperança para a transição de países ex-comunistas para o mercado e confiança de que as novas tecnologias abririam novas perspetivas, das quais todos beneficiariam. As empresas, a trabalhar com o governo, liderariam o caminho.

Hoje, com o mundo a enfrentar crises climáticas, ambientais e de desigualdade, o ânimo é muito diferente. A empresa Facebook, disposta a fornecer uma plataforma para má informação/desinformação e manipulação política, independentemente das consequências para a democracia, mostrou os perigos de uma economia de vigilância monopolista controlada pelo setor privado. Os líderes empresariais, e não apenas no setor financeiro, demonstraram uma notável torpeza moral.

Além disso, o multilateralismo está sob ataque. O seu defensor mais forte historicamente, os Estados Unidos, tem agora um governo empenhado no lema “Primeiro a América” e em prejudicar a cooperação global, mesmo quando a necessidade de cooperação em várias áreas – incluindo a paz, a saúde e o ambiente – torna-se cada vez mais visível.

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