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Como Biden pode restaurar o multilateralismo unilateralmente

NOVA YORK – Há muito que comemorar com o ano novo. A chegada de vacinas de covid-19 seguras e eficientes significa que há luz no fim do túnel pandêmico (embora os próximos meses sejam terríveis). Igualmente importante, o mentiroso, incompetente e mal-intencionado presidente dos EUA será substituído pelo seu completo oposto: um homem com decência, honestidade e profissionalismo.

Mas não devemos alimentar ilusões sobre o que o presidente eleito Joe Biden vai enfrentar no cargo. Haverá cicatrizes profundas do governo Trump, e de uma pandemia que o governo de saída fez muito pouco para combater. O trauma econômico não vai passar de uma hora para outra, e sem uma assistência significativa neste momento crítica de necessidade – inclusive com auxílio a governos locais e estaduais com pouco dinheiro –, a dor será prolongada.

Sem dúvida, os antigos aliados da América aceitarão de bom grado a volta a um mundo em que os Estados Unidos representam democracia e direitos humanos, além de cooperação internacional para abordar problemas globais como pandemias e mudanças climáticas. Porém, de novo, seria tolice fingir que o mundo não mudou de um modo fundamental. Os EUA, afinal, tem se mostrado um aliado indigno de confiança.

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